Alguém
sabe o que é uma butaca?
Uma butaca é uma poltrona em espanhol. Os sofás
que tenho em casa foram fabricados e comprados em Espanha. Mandei fazer um sofá
e uma poltrona, e o senhor que me vendeu, como era espanhol falava do sofá e da
butaca. Como a poltrona é o local onde escrevo e leio, assim nasceu a ideia de
intitular esta rúbrica de poesia na Butaca.
Este é um espaço exclusivamente dedicado à
poesia que outros escrevem. e à que escrevo.
Ao lado está a imagem (Logotipo) que representa
esta rúbrica.
Does anyone know what a butaca is?
A butaca is an armchair in Spanish. The couches I have at home were manufactured and purchased
in Spain. I sent to make a couch and an
armchair, and you sold me as it was speaking Spanish
sofa and butaca. As
the armchair is where I write and read, so
was born the idea of titling
this rubric poetry
in Butaca.
This is a space
dedicated exclusively to poetry poetry
that others write. and I write.
Next door
is the image
(logo) that represents
this rubric.
Hoje, como não podia deixar de ser, a rúbrica é
dedicada ao poeta António Ramos Rosa,
(1924-2013) que morreu na segunda-feira, com 88 anos, deixando uma vasta obra
literária.
Artigo sobre o poeta / Article about the poet:
Escolhi dois poemas da sua obra, por respeito não
os posso traduzir por isso ficam apenas na sua versão em português.
I chose two poems of his
work, for respect I can’t translate
so are only in
the version in Portuguese.
Podcast:
Estar
Só é Estar no Íntimo do Mundo
Por vezes cada objecto se
ilumina
do que no passar é pausa
íntima
entre sons minuciosos que
inclinam
a atenção para uma cavidade
mínima
E estar assim tão breve e tão
profundo
como no silêncio de uma planta
é estar no fundo do tempo ou
no seu ápice
ou na alvura de um sono que
nos dá
a cintilante substância do
sítio
O mundo inteiro assim cabe num
limbo
e é como um eco límpido e uma
folha de sombra
que no vagar ondeia entre
minúsculas luzes
E é astro imediato de um
lúcido sono
fluvial e um núbil eclipse
em que estar só é estar no
íntimo do mundo
António Ramos Rosa, in
"Poemas Inéditos"
Não Posso Adiar o Amor
Não posso adiar
o amor para outro século
não posso
ainda que o
grito sufoque na garganta
ainda que o
ódio estale e crepite e arda
sob montanhas
cinzentas
e montanhas
cinzentas
Não posso adiar
este abraço
que é uma arma
de dois gumes
amor e ódioNão posso adiar
ainda que a
noite pese séculos sobre as costas
e a aurora
indecisa demore
não posso adiar
para outro século a minha vida
nem o rneu amor
nem o meu grito
de libertação
Não posso adiar
o coração
António Ramos
Rosa, in "Viagem Através de uma Nebulosa"
Até Já / See you soon
Sem comentários:
Enviar um comentário
O teu comentário motiva o meu trabalho. Obrigado
Your comment motivates my work. Thanks!